Certa vez perguntaram a Confúcio: - O que mais o surpreende na humanidade?
Confúcio respondeu: Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperá-la. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente, de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro. E concluiu: Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se não tivessem vivido... (Confúcio - China: 551 AC - 479 AC)
No
desenho animado Kung-Fu Panda, o mestre oriental é uma tartaruga. Nada
mais emblemático e revelador. Para a sabedoria oriental milenar, a
utilização inteligente e ponderada do tempo é uma grande virtude. Não é a
toa que o mestre repete Confúcio no desenho animado e diz, com todas as
letras, que “o ontem é passado. O amanhã não existe [é uma miragem, um
ponto futuro, uma incógnita]. O hoje é o que temos, por isso, se chama
presente [constituindo-se, portanto, em uma dádiva legítima]”.
Tanto a brincadeira dos produtores de Kung-Fu Panda – com a transformação do mestre oriental, um sábio respeitado e admirado por todos, numa tartaruga – quanto os dizeres proferidos por esse personagem durante o filme nos levam a Confúcio e a seu pensamento original, apresentado no início dessa pensata.
Tanto a brincadeira dos produtores de Kung-Fu Panda – com a transformação do mestre oriental, um sábio respeitado e admirado por todos, numa tartaruga – quanto os dizeres proferidos por esse personagem durante o filme nos levam a Confúcio e a seu pensamento original, apresentado no início dessa pensata.
Trabalhamos
como as formigas, estocando para o inverno. E nem ao menos sabemos se
chegaremos a ver a mais fria das estações do ano. No mundo
contemporâneo, distante alguns milênios do universo confucionista,
aturdidos pelas ansiedades modernas e pela ganância, queremos estar em
todos os lugares ao mesmo tempo e não conseguimos estar nem ao menos num
só em plenitude.
Se
chegamos a um dos lugares almejados e encontramos as pessoas que ali
nos esperam, quantas não são as vezes que nossas mentes ainda
encontram-se dispersas, distantes e fora da sintonia desse novo ambiente
e das pessoas que ali se encontram... Será que era realmente para
estarmos ali?
Provisionar
o amanhã, como o fazem as formigas é lição importante aprendida pelos
homens. Teremos muitos invernos pela frente. Viveremos tempos de vacas
gordas e também de vacas magras. Mas a lição do hoje, do caminho que
estamos percorrendo nesse exato momento, das possibilidades infinitas
que se encerram nos minutos e segundos que estão a nossa disposição...
Quando entenderemos?
Como
bem disse Confúcio, sacrificamos nossas saúdes para ganhar dinheiro e
depois usamos o que conseguimos ganhar para tentar recuperar um pouco de
nossa vitalidade... Contraditório, não acham? Qual é o ponto de
equilíbrio? Como podemos fazer com que nossas vidas atinjam o estágio
Zen, em que conseguimos a estabilidade emocional, física, intelectual,
social e produtiva?
Talvez
o primeiro passo a ser dado seja descobrir-se... Quem é você? Em que
acredita? O que quer da vida? Tendo feito isso, que tal buscar a
verdade, ter clareza quanto a seus objetivos, estipular os seus valores,
definir-se eticamente? Quem sabe assim consigamos viver melhor o
presente, essa tão valiosa dádiva que a nós é concedida...
Por João Luís de Almeida Machado
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