Na mitologia grega, Hebe é a deusa da juventude. Para a televisão brasileira, HEBE CAMARGO
foi a grande dama do meio de comunicação mais popular do país fundado
por Assis Chateaubriand em setembro de 1950. Hebe Maria Monteiro de
Camargo Ravagnani teve uma infância humilde.
Nascida
em 8 de março de 1939, em Taubaté, interior de São Paulo, formou nos
anos 40 uma dupla com a irmã Stella, ‘Rosalinda e Florisbela’. A vocação
musical veio de família, já que o pai, Segesfredo, era um exímio
maestro. Com 13 anos, Hebe se apresentava em concursos de calouros. Um
pouco depois, já com o sucesso alcançado como cantora ficou conhecida
como a ‘moreninha do samba’.
Mas a história da apresentadora foi mesmo
é confundir-se com a da televisão. A futura apresentadora estava no
porto de Santos para receber os primeiros aparelhos daquele veículo que
mudaria a sua vida. Nessa época, a então cantora já começava a dar
espaço para a dama dos auditórios. Um fato curioso ocorreu, porém, no
primeiro dia de televisão na América Latina: Hebe disse que estava
doente e, por isso, faltou à inauguração da extinta TV Tupi. Na
realidade, Hebe estava acompanhando um namorado em uma apresentação num
teatro.
Mas no mesmo 1950, Hebe colocaria a
imagem pela primeira vez na TV. No programa “Rancho Alegre”, fez um
dueto, ainda morena, com Ivon Curi. Quatro anos depois substituiu
Roberto Corte Real no programa “Encontro Musical”, e um ano depois, Hebe
ganhou seu primeiro programa de TV: “O Mundo é das Mulheres”. Em pouco
tempo, acumularia o comando de outros quatro como “Maiôs a Beira-Mar”,
todos na TV Paulista (hoje, Rede Globo). Posteriormente, Hebe passa pela
TV Continental e chega, em 1966, à Record, com o programa que levava o
seu nome.
De lá seguiu para a Tupi e,
posteriormente, em 1979, para a Bandeirantes, com o mesmo estilo de
atração. Nessa época, Hebe já era a rainha da TV e havia eternizado o
sofá como seu aliado nas entrevistas. Em 1986, Hebe estreia no SBT, onde
apresentou também o “Hebe por Elas” (às segundas) e “Fora do Ar” (nas
quartas); a atração que levava o seu nome era exibida às segundas, mas
chegou a ir ao ar na terça, sábado e domingo. Em 1998, convenceu Silvio
Santos a colocar no ar o “Teleton”, maratona em prol das crianças da
AACD, tornando-se madrinha do evento. A relação amistosa com o dono do
SBT começou a desandar em meados dos anos 2000. Em 2010, Hebe anuncia
sua saída da emissora para, no ano seguinte, estrear na RedeTV!. Por
causa dos problemas de saúde, desde junho sua atração vinha sendo
reprisada. Nesta semana, a loira anunciava o que seria seu retorno ao
SBT.
Paralelamente, atuou em novelas fazendo
papéis especiais em “As Pupilas do Senhor Reitor” (Record, 1970), “O
Profeta” (Tupi, 1978), “Cavalo Amarelo” (Band, 1980) e “Amigas &
Rivais” (SBT, 2007). Esteve também nos especiais “TV Ano 50″ (Globo,
2000) e “SBT Palace Hotel” (2002). No Carnaval do RJ, desfilou pela
Tradição (2001, em homenagem a Silvio Santos) e Beija-Flor (2011, em
enredo sobre Roberto Carlos). A animadora chegou a lançar, no final dos
anos 90, uma revista que levava o seu nome.
Mesmo com uma carreira de sucesso na TV,
Hebe não deixou a veia cantora de lado. Em 1959, gravou “Hebe e vocês”; e
em 61, “Festa de ritmos”. Depois viriam, em 98, “Pra você”, e “Hebe
mulher”, em 2010, ano que marca também a gravação do primeiro DVD, ‘Hebe
mulher & amigos’.
Fora uma participação, em 2009, em “Elas cantam Roberto”. Na rádio, trabalhou na Mulher, Tupi e na Jovem Pan, e chegou a lutar pela classe dos radialistas enquanto presidiu a associação dos profissionais.
Fora uma participação, em 2009, em “Elas cantam Roberto”. Na rádio, trabalhou na Mulher, Tupi e na Jovem Pan, e chegou a lutar pela classe dos radialistas enquanto presidiu a associação dos profissionais.
Na vida pessoal, Hebe se casou duas
vezes. A primeira foi em 1965 com o empresário Décio Capuano, que lhe
deu o único herdeiro, Marcelo. Por ciúmes, Décio obrigou Hebe a sair do
meio artístico. No período em que esteve fora do ar, a apresentadora
sofreu dois abortos. Após o divórcio, em 1971, Hebe retornou à TV e
casou com Lélio Ravagnani em 1973. A união foi desfeita apenas com a
morte dele em 2000. Na frente das câmeras, distribuiu inúmeros
‘selinhos’ em seus convidados.
Entre tantos troféus, recebeu os
Roquettes Pintos (mais de uma dezena), Tupiniquim, Helena Silveira,
Internet, Imprensa (aproximadamente 25) e o da APCA. Em 2010, recebeu
homenagem do jornal ‘Extra’ e do ‘Domingão do Faustão’. Foi também neste
ano que a apresentadora descobriu um câncer na região do peritônio
(membrana que envolve a cavidade abdominal) e iniciou sessões de
quimioterapia. Em 2011, recebeu prêmio do jornal ‘O Globo’. Neste ano,
Hebe foi internada para retirar um tumor na alça do intestino (em março)
e a vesícula (em junho). Em agosto, nova internação para receber
suprimentos alimentares.
Segundo o médico da apresentadora, Sérgio
Simon, ela chegou a ser operada três vezes sem que as intervenções,
duas dessas de grande porte fossem divulgadas. Simon afirmou ainda que a
saúde de Hebe piorou nas últimas semanas e que a animadora estava se
alimentando por medicação via venosa. Hebe Camargo morreu hoje, aos 83
anos, de parada cardíaca.
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