Rapper carioca faz seu primero disco só de sambas, sem a linguagem musical do rap
Por Emanuel Bomfim
Desde que saiu do Planet Hemp, Marcelo D2 deixou o rap/rock da
banda para investir na união do rap com samba. Resgatando pérolas do
cancioneiro popular em suas sofisticadas produções, o músico carioca
provou que as rimas do hip hop funcionam muito bem com raridades como
“Deixa eu Dizer” (Ronaldo Monteiro, Ivan Lins), cantada por Cláudia na
década de 70 – desta base nasceu seu mais recente sucesso, ‘Desabafo’,
do álbum “Arte do Barulho”, lançado em 2008. Marca registrada em suas
gravações, as fusões rítmicas não fazem parte de seu novo trabalho. D2
está lançando um disco só de sambas, em homenagem ao cantor e compositor
Bezerra da Silva (1927 – 2005).
Capa do novo álbum de D2 reproduz disco de Bezerra da Silva de 1990 (Foto : Reprodução)
Capa do novo álbum de D2 reproduz disco de Bezerra da Silva de 1990 (Foto : Reprodução)
Em entrevista à revista Rolling Stone Brasil, o músico carioca disse
que a ideia do álbum surgiu ainda no velório de Bezerra, incentivado por
sambistas como Zeca Pagodinho e Dicró. A capa de “Marcelo D2 canta
Bezerra da Silva” (EMI) reproduz a mesma imagem utilizada por Bezerra no
álbum “Eu Não Sou Santo”, de 1990.
Bezerra da Silva ficou amigo de D2 ainda na época do Planet Hemp.
Juntos gravaram “Garrafada do Norte” para o disco “Meu Bom Juiz”, logo
depois que a banda tinha sido presa por apologia ao uso de
entorpecentes, em 1997. Recentemente, Marcelo D2 relembrou desta música
em seu blog e escreveu: “saudades do meu parceiro…”.
O registro pessoal das canções de Bezerra da Silva não é o primeira
homanegem ao ilustre sambista. Em 2005, o próprio D2 participou de show
na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro, que rendeu o álbum “Tributo a
Bezerra da Silva” (2008 – Som Livre).
Fonte: Território Eldorado
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